quarta-feira, 21 de maio de 2008

Barcelona, 21st May 2008

Bem, como eu estou aqui em Barcelona sem muito o que fazer, resolvi tentar escrever as minhas memórias da viagem de final de ano, e também fazer um mini-guia de sobrevivência na Europa.

Primeiro de tudo: Segurança

Muita gente discorda de mim, mas para mim o Brasil está quase em guerra civil, os ladrões e traficantes de um lado, o resto da população amedrontada do outro.
Vai chegar o dia em que os amedrontados se revoltarão...

Ok, ok! O objetivo aqui é falar da Europa.

Aqui existem muitos, eu digo MUITOS larápios, como batedores de carteira e ladrõezinhos que fazem pequenos furtos.

Não venha para a Europa achando que é tudo muito seguro.

Mulheres, sempre mantenham suas bolsas com vocês, levem o ticket do metrô no bolso da frente da calça, pra não precisar abrir e fechar a bolsa toda hora, e correr o risco de deixá-la aberta.
Outra coisa, utilize bolsas com fecho!
Como no Brasil andamos muito de carro, e os ladrõezinhos mais mequetrefes te apontam uma arma ou uma faca, a gente pode usar bolsas que fecham apenas com um botãozinho, ou que ficam abertas.
Mas aqui, se você carrega a bolsa mais para as costas, em um vagão de metrô lotado, alguém pode colocar a mão dentro da sua bolsa e levar sua carteira, celular, ipod...

Sobre colocar a bolsa no espaldar da cadeira, ou ao seu lado no banco do Pub, ESQUEÇA! Eu tenho uma amiga que fazia 2 meses que estava em Londres, colocou a bolsa do lado, estava cuidando, mas entre um gole e outro da sua pint, sua bolsa desapareceu, com tudo dentro, inclusive seu passaporte.
Um transtorno que poderia ser evitado, se você não tirar a bolsa do colo, ou se ao menos colocar a alça dela no seu braço.

Homens, levem as carteiras nos bolsos da frente da calça!
Por mais justo que seja o bolso de trás, os ladrõezinhos são mão leve, e você nem sente que a carteira se foi... e uma vez no bolso da frente, tome cuidado quando esbarrarem em você, pois (isso vale para mulheres também) uma das táticas para levar os seus pertences é te distrair, derrubando alguma coisa em você, esbarrando, etc.
Nesse meio tempo, eles levam o que querem e você nem sente o que o atingiu e nem como aconteceu.

Nos meios de transporte para viagens maiores, também fique de olho em seus pertences, e durma com um olho aberto e outro fechado, e com a bunda ou a cabeça em cima dos pertences de valor. E nunca, mas NUNCA leve dinheiro dentro da mala!
Dinheiro deve estar sempre junto de você, de preferência nauquelas bolsinhas de colocar por baixo da roupa, dentro das calças.

Pelo menos nesse sentido é melhor ser roubado aqui. A gente nem vê, e nem sente.


Segundo: Expectativas

Todo brasileiro vem para a Europa achando que é outro mundo. Mentira!

Muitas coisas funcionam melhor por aqui, outras são exatamente iguais.

Não esqueça que fomos colonizados por eles, e por maior que tenha sido a mistura de culturas, temos muito em nós daqueles que foram para aí primeiro. Então, as semelhanças com o nosso povo são imensas.

Tá certo que a falta de banho é real em muitos lugares, e temos muita sorte de ter tido os nativos americanos que ensinaram que banho é bom, e continuamos achando isso.

Os Italianos, por exemplo, são muito parecidos com os sulistas e paulistas. Falam alto, acham que estão sempre com a razão, tem um trânsito caótico, são um tanto grossos e literais, briguentos e mal educados em relação às pessoas que estão ao seu lado.

Ainda não fiquei muito tempo na Espanha para falar dos espanhóis, e nem em outros países, pra falar do povo, mas acredito que Espanha e Portugal também tenham muito em comum com a nossa sociedade brasileira.

A frieza nórdica, que é o ideal europeu que temos na nossa mente, só existe no norte da Europa, onde as pessoas não são tão espalhafatosas, a não ser nas vestimentas, às vezes, e não se metem com as pessoas que estão ao lado.

O meu conhecimento da Inglaterra é maior em Londres, onde se encontra de tudo, e não se pode analisar o todo como uma só identidade cultural e comportamental.

Mas dos ingleses que conheci, a maioria é reservada. Eles são bem educados, polidos, mas não fazem questão de criar laços de amizade. A não ser que vocês virem companheiros de Pub, e após alguns pints, vocês virem amigos de infância.

Por falar em expectativas, eu odiei Paris, por exemplo.
Acho que eu tinha expectativas muito grandes, não com as pessoas, que realmente acham que todo mundo deveria falar francês.
Mas com a cidade mesmo.
A cidade é bonita, acho que um dia eu aprenderei a apreciá-la, mas a sujeira e o cheiro de mijo no metrô me atingiram de cheio.
A falta de glamour de passar o revéillon em Paris também.
Tá certo que a Veuvet Cliquot lá é mais barata, e o brinde a gente faz com uma das melhores champagnes do mundo, que a Champs Elisée iluminada é linda, e que as pessoas vão para lá todas de bom humor.
Porém, passadas as 12 badaladas, não tem nem um foguinho de artifício, começa a ter arrastão na Champs Elisée, as pessoas jogam as garrafas vazias para o ar e a volta para o hotel de metrô, é caótica!

Não achamos 1 táxi na rua, e vimos todos os tipos de mal encarados do mundo. Tentaram acender uma bombinha dentro do vagão, e na rua, passaram a mão na minha bunda.

Agora, quem é que nessas condições pode dizer que é maravilhoso e glamouroso passar o revéillon em Paris? Eu não.

Claro, que se a sua situação é passar a ceia de ano novo no hotel, com vista para a Torre Eiffel, sem ter que enfrentar o metrô, nem a falta de táxis, e tiver o seu carro alugado na garagem, aí a história é diferente, e eu pretendo repetir a dose dessa forma um dia.

Mas toda essa triste história é para mostrar que as expectativas exacerbadas acabam em frustrações...

Eu amei a Itália, amei o natal em Roma, mesmo com a fila imensa pra entrar no Vaticano, com os brasileiros tentando furar a fila, e com a fila lateral dos italianos.

Mas é tudo uma questão de expectativa e perspectiva. Eu sempre soube que os italianos não poderiam ser muito diferentes dos gaúchos, ou da minha família, e estávamos preparados para a escassez de táxis.

Só que em Paris, por mais que tenham dito que era perigoso em alguns lugares da cidade na hora da virada, nunca imaginei que a volta fosse ser do jeito que foi... e que não teria nem 1 taxizinho na rua.

Terceira dica: Antecipe todas as entradas que você puder comprar antes, principalmente se você estiver viajando em datas comemorativas e extremamente cheias de gente.

Ninguém nos avisou que poderíamos comprar as entradas para o Palácio de Versailles na estação de trem. Resultado? Ficamos 2 horas num frio de quase 0 grau, na rua, em uma fila que não acabava mais.
Pelo menos estávamos em 3 e tínhamos celulares, enquanto um comprava as entradas, os outros 2 foram para a fila da entrada. Sim, eram 2 filas!!!

Depois disso, não fizemos mais nada que tivesse fila para entrar, como a Catedral de Notre Dame e a Torre Eiffel (tá, estava nublado, não valeria a pena).

Então, se informe pela internet ou no hotel mesmo, se é possível comprar as entradas antes.

No Louvre, se você comprar com cartão de crédito, nas máquinas automáticas, você foge da fila para comprar as entradas, e ganha um tempinho para ver mais algumas obras.

Na Galleria degliUffizi em Florença, o hotel pode reservar as entradas para você, e te poupar da fila imensa.

No Vaticano, Deixe o museu para a parte da tarde, sem esquecer que no inverno eles fecham a entrada pelas 16h. Mas conseguimos ir ao museu, e não perdemos a manhã (que utilizamos para ver a Basílica) na fila que dava a volta no muro do Vaticano.

É claro que nem todos os lugares são mega superpovoados, mas sempre que possível, antecipe as entradas!

Assim que eu lembrar de mais algumas dicas, pode deixar que eu continuo o mini-guia.

Um comentário:

Anônimo disse...

nas exposições especiais do Tate Modern tb podemos comprar antecipado e pela internet! o ingresso vem até personalizado