quinta-feira, 1 de maio de 2008

May Day, 2009













Hoje não foi feriado aqui, pois o primeiro de maio será comemorado na segunda-feira, dia 05.
Isso, porque o governo Inglês que não é bobo, coloca todos os feriados na segunda-feira, para evitar as famosas "pontes" que os Brasileiros tão bem conhecem.

Mas como para o Rômulo era feriado, resolvemos diminuir um pouco mais a nossa lista de lugar para ir e coisas a fazer em Londres, e fomos passear.

Bem, a idéia era ir à Torre de Londres, porque eu não posso ir embora antes de entrar lá.
Mas acabamos optando a terminar de conhecer o que nos interessava no British Museum, por causa da chuva.

Vimos as múmias egípcias, o parte dos índios norte americanos e dos Aztecas mexicanos, os relógios antigos, uma exposição de gravuras americanas, que incluíam Pollock (que eu adoro).
Vimos artefatos arqueológicos da idade média na Europa, incluindo os Romanos na Inglaterra, entre outras coisas mais.

É muita coisa junta, é muita antiguidade e cadáveres pra um dia só.

Chega um momento, depois de uns 20 minutos, que a gente já cansou de ver o museu.

Vimos jóias lindas, desde a era medieval até coisas atuais, dos anos 50 e 60, na parte da Europa.

Acho que conseguimos ver tudo o que queríamos no British, e que uma nova visita só será feita daqui a alguns anos... quando a gente não lembrar mais do que viu lá.

Uma coisa que eu acho muito legal aqui, são famílias com crianças que vão ao museu, mostrar para os filhos como era a vida antigamente.
Eu acho isso o máximo, assim como eu acho o máximo as aulas de arte para as crianças na National Gallery, em frente a um Monet.

Depois do British tentamos ir ao Sir Sloane's Museum, mas ele já estava fechando. Aproveitamos para passear no jardim que tem na frente dele, o Lincoln's Inn.

E como estávamos passeando mesmo, demos uma volta pelas redondezas, e aconteceu uma coisa bem surrealista e muito inglesa!

Eu resolvi tirar uma foto da placa que dizia o nome da Portugal Street, e quando eu estava preparando a câmera, um senhor passou entre eu e a placa e pediu desculpas (coisa muito comum por aqui), eu sorri pra ele, como quem diz - sem problemas, e ele vira de volta e pergunta se eu era portuguesa.
Respondo que não, mas que meu namorado é, e aponto para a rua do lado, onde o Rômulo me esperava, porque ele se negou a tirar a foto ao lado da placa.
Então, o senhor que parecia um clone do Woody Allen, com aquela carequinha idêntica, e um tique nervoso de ficar pegando nos cabelos do lado e puxando e ajeitando, me explicou que aquela rua tinha esse nome, pois no século XVII ali ficava a Embaixada Portuguesa, assim como na rua de trás ficava a Embaixada da Sardenha que também deu nome à rua.
E ele continuou uma mini aula de história, me dizendo que em Londres os nomes das ruas sempre tem um por quê.
E então, ele me explicou que hoje a Embaixada Portuguesa fica em um outro prédio do século XVII, onde naquela época era a Embaixada da Bavária. E que, como era costume, as Embaixadas possuíam Capelas, onde o povo local podia ir rezar, e que se eu fosse na da Embaixada Portuguesa hoje, eu poderia ver atrás do altar o Brasão de Armas do Reino da Bavária, na Capela da Embaixada Portuguesa.

Tudo muito interessante... mas que foi muito sui generis também.

Acho que em nenhum outro lugar do mundo uma pessoa da localidade pararia na rua para explicar a um estranho tirando fotos, a razão daquela placa existir, e ainda ir um pouco mais além.
Nem na Itália, onde eles são muito orgulhosos de sua história isso acontece... até porque, os italianos são tão grossos quanto o nosso povo.

Foi um dia bem legal, e que tem algumas fotos para relembrar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ju, eu acho que o brasileiro do sul é bem grosso mesmo. Mas no nordeste todo mundo se esmera para explicar as coisas e sempre são muito gentis. E, em geral, sempre entendem bastante da história, o que é de se admirar.